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"Sou quem dança, sou quem toca, quem na orquestra desafina, quem delira sem ter febre, sou o par e o parceiro, das verdades a desconfiança..." (Delírio, Secos e Molhados)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A HUMANIDADE É DESUMANA!

... Muitos me olhavam como se eu fosse um monstro, alguma espécie estranha, não merecedora de conviver entre eles! Por tempos, confesso, eu também cheguei a acreditar nisto. Resolvi, mesmo que parcialmente, me separar da sociedade, me trancando em meu quarto fazendo juras de ódio e de me vingar daqueles que sempre me fizeram sofrer.
... Um dia, após vários anos de lamentação e angustia, criei coragem e fui até um espelho... fiquei frente a frente comigo mesmo, e para meu espanto, eu era normal, apenas mais um deles. Eu era igual a todos aqueles caras cínicos, tão orgulhosos de si que se esqueciam de olhar para os lado. Foi um choque, talvez eu preferisse ser o “monstro” que era antes, ao invés de compartilhar de uma raça que vive voltada para o bem-estar próprio colocando a convivência em grupo em último plano.
... Como podíamos ser da mesma espécie?? ... pensamentos tão diferentes, que chegavam a gerar conflitos e oposições, grupos pró e contra, divisões e cada vez mais subdivisões que culminavam em milhares de pequenos conflitos, dentro da sociedade, e dentro de mim mesmo. Por que o autoritarismo predomina, se todos nós queremos apenas um pouco de liberdade?
... Enquanto contemplava meu rosto no espelho, percebi que não podia mesmo ser uma questão física. Tudo bem, não tenho belos e grandes olhos azuis como você, porém o tão chamativo brilho dos teus olhos nunca chegou nem sequer perto de ofuscar a clareza dos meus pensamentos e a ambição dos meus sonhos. Enquanto vocês faziam calúnias e criavam cada vez mais exércitos para me derrubar, enquanto tua multidão de seguidores acéfalos e alienados só fazia aumentar, eu, sozinho construí um guerreiro forte, indomável e disposto a lutar até o fim pelo que sempre idealizei. Foi então que cada vez mais “monstros” como eu começaram a sair do armário, e embora teu exército fosse mais numeroso, minha trupe era criativa, capaz de criar, imaginar, e se defender nas mais diversas ocasiões. Teus truques não adiantavam mais, e as batalhas por ti perdidas eram cada vez mais significativas levantando minha moral a níveis tão extremos que teu ego, maior que teu cérebro por sinal, nunca foi capaz de derrubar. Foi aí que eu descobri que eu não era realmente um monstro, eu apenas fazia parte de uma parte da humanidade que sempre procurou evoluir para o bem, e que esta pequena “sub-espécie” da qual eu participava era capaz de feitos que para sempre serão narrados nas mais diversas histórias. E quando teus filhos, netos, bisnetos e todas as outras gerações forem estudar, é de mim que eles lembrarão como vencedor, não de ti, um paspalho medíocre que tentou levar a extinção da raça, da massa, da humanidade por completo.
Como diria Renato Russo... “[...]a humanidade é desumana.. mas ainda temos uma chance[...]”
Autoria: Neto Tombini

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