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"Sou quem dança, sou quem toca, quem na orquestra desafina, quem delira sem ter febre, sou o par e o parceiro, das verdades a desconfiança..." (Delírio, Secos e Molhados)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

TRIBUNAL DE RUA - O RAPPA

A viatura foi chegando devagar
E de repente, de repente resolveu me parar
Um dos caras saiu de lá de dentro
Já dizendo, ai compadre, cê perdeu
Se eu tiver que procurar cê ta fodido
Acho melhor cê i deixando esse flagrante comigo
No início eram três, depois vieram mais quatro
Agora eram sete os samurais da extorsão
Vasculhando meu carro, metendo a mão no meu bolso
Cheirando a minha mão

De geração em geração
Todos no bairro já conhecem essa lição

E eu ainda tentei argumenta
Mas, tapa na cara pra me desmoralizar
Tapa, tapa na cara pra mostra quem é que manda
Porque os cavalos corredores ainda estão na banca
Nesta cruzada de noite, encruzilhada
Arriscando a palavra democrata
Como um santo graal
Na mão errada dos hômi
Carregada em devoção

De geração em geração
Todos no bairro já conhecem essa lição

O cano do fuzil
Refletiu o lado ruim do Brasil
Nos olhos de quem quer
E quem me viu, único civil
Rodeado de soldados
Como seu eu fosse o culpado
No fundo querendo estar
A margem do seu pesadelo
Estar acima do biotipo suspeito
Nem que seja dentro de um carro importado
Com um salário suspeito
Endossando a impunidade
A procura de respeito

(Mas nesta hora) só tem (sangue quente)
Quem tem (costa quente, quente, quente)
Só costa quente, pois nem sempre é inteligente
(Peitar) peitar, peitar (um fardado alucinado)
Que te agride e ofende (pa te levar, levar, levar)
Pra te levar alguns trocados (diz aê)
Pra te levar, levar, levar
Pra te levar alguns trocados (segue a mão)

Era só mais uma dura
Resquício de ditadura
Mostrando a mentalidade
De quem se sente autoridade
Nesse tribunal de rua
Nesse tribunal
Nesse tribunal de rua

Composição: Marcelo Yuka

IMAGEM, VITRINES, ESQUINAS E EU!

Uma escolha, uma renúncia!
Tarde na rua
Só luzes em vidros
Ofuscando o brilho

Vozes de amigos
Já não sei de onde vêm
Roncam motores e estômagos
E nada acontece comigo

Passos perdidos
E o olhar em nada...
É só o frio!

Sigo meu rumo sem prumo
Degusto meu vazio sem saliva
Já cuspida em gritos
Mas eram só gritos - eu dizia

E a vida assim se ia...

Uma escolha, uma renúncia
Cada esquina
Toda esquina
E isto agora eu sabia

Dia vem, noite volta
Asfalto, concreto
Meus passos por onde passo
E minha imagem no vidro da vitrine

Uma escolha, uma renúncia
A imagem?
A vitrine?
As esquinas?
Ou eu?
Autoria: Aiuara

TODO CAMBURÃO TEM UM POUCO DE NAVIO NEGREIRO - O RAPPA

(You light black people, you light!)

Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina ali
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam

He!
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?
Então, qual é negão? Qual é negão?
Que que ta pegando?
Qual é negão? Qual é negão?

Éééé mole de ver
Éééééé mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro pra passar
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista,
Pra passar na revista!

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (Africa)
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (Africa)

Éééé mole de ver
Éééééé mole de ver
Que para o negro
Mesmo a AIDS possui hierarquia
Na áfrica a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas,
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Comparado, comparado...
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (Africa)
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (Africa)
...
Éééé mole de ver ... vai...
Que
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro... (Africa)
Valoriza herói... todo sangue derramado
Composição: Marcelo Yuka

OS CEGOS DO CASTELO - NANDO REIS

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou...

Eu não quero mais dormir
De olhos abertos
Me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver
Venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim...

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
E pro que eu sou Oh! Oh! Oh! Oh!...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah!

Do seu jardim...
Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim...

"Muito boa noite, muito obrigado, a todos vocês
desse... Alegre Estado, Cidade Alegre
um Porto Feliz, Porto Alegre,
a todos que trabalharam,
a todos os que se divertiram
e aos que cantaram
e aos que aplaudiram
e aos que tocaram: ... somos todos Os Infernais...
Boa Noite Porto Alegre"...
Acústico MTV - Nando Reis
Gravado em Porto Alegre/RS.

CHORO E CONFUSÃO!

Choro, mas choro pra lavar a alma.
Lavar o fundo de uma alma deslavada. De mentiras deslavadas!
Não apenas choro, mas grito!
É, grito feito louco!
Só assim liberto minha alma.
Liberto-a da prisão, não uma prisão material, mas uma prisão à coisas materiais.
Matéria ou não, o que importa? Quem se importa?
Fiquei preso, não atrás de grades, mas atrás de conceitos.
Conceitos impostos, e não escolhidos.
Conceitos que adotei por obrigação.
Há muito não sou eu mesmo...
Mas quem sou? Não sei. Quem sabe?
Não responda por favor.
Talvez eu goste de ser quem eu não sou!
Mas como saber, se não sei quem sou?
Sou um fruto do inexistente!
A doença e a cura.
Sou uma confusão, criando outra pra clarear.
Mas não clareio, só confundo mais. Confundo tudo, e todos.
E todos são sempre ninguém.
Mas ninguém é quem me entende, e a toda minha confusão.
Autoria: Neto Tombini

sábado, 25 de julho de 2009

DESABAFO # 1

Chegará o dia em que o homem não mais será julgado pelo que fez nesta vida à sua própria matéria. Neste dia muitos de nós encontraremos a paz buscada, almejada, desesperadamente desejada ao iniciar do ato que em si se encerra!


Não desejamos vossa compreensão, nem vosso perdão!

Desejamos apenas o silêncio de vossas bocas que se fez presente em incontáveis momentos anteriores... Pois então, que permaneça e cerre nossa língua no palato que à sustenta.


Eu mesma desejo de vós apenas aquilo que eu tinha. Nada a mais, nada a menos!
Apenas o frio absoluto, hipotérmico, da vossa indiferença;
a mudez aterradora da vossa boca,
e, contraditoriamente,
as falas... Ah! as falas!!
Todas elas, por favor relembrem?!
E as gritem, e as pronunciem, e as balbuciem, e as resmunguem, por mil, milhares, infinitas vezes, tanto quanto duas vezes as vezes que me fizeram ouvi-las.


E que seja o lembrar-me, tão breve quanto o esquecer-me;
tão prazeroso quanto o substituir-me;
tão fácil quanto o ignorar-me;
tão indolor quanto o ver-me em lágrimas...
À vós meu cansaço diante da dor incessante!
À vós cada gota de lágrima produzida, escorrida ou não!
À vós cada "nó",
todos os "apertos",
toda desilusão com a vida,
todos os sonhos destruídos
todas as feridas abertas...
Me deixem ir no silêncio que vos peço.
Vossas lágrimas não são bem-vindas aqui!

Por mim mesma.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

NÃO ENTENDO

Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completo quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples estado de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doido.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Autoria: Clarice Lispector

A HUMANIDADE É DESUMANA!

... Muitos me olhavam como se eu fosse um monstro, alguma espécie estranha, não merecedora de conviver entre eles! Por tempos, confesso, eu também cheguei a acreditar nisto. Resolvi, mesmo que parcialmente, me separar da sociedade, me trancando em meu quarto fazendo juras de ódio e de me vingar daqueles que sempre me fizeram sofrer.
... Um dia, após vários anos de lamentação e angustia, criei coragem e fui até um espelho... fiquei frente a frente comigo mesmo, e para meu espanto, eu era normal, apenas mais um deles. Eu era igual a todos aqueles caras cínicos, tão orgulhosos de si que se esqueciam de olhar para os lado. Foi um choque, talvez eu preferisse ser o “monstro” que era antes, ao invés de compartilhar de uma raça que vive voltada para o bem-estar próprio colocando a convivência em grupo em último plano.
... Como podíamos ser da mesma espécie?? ... pensamentos tão diferentes, que chegavam a gerar conflitos e oposições, grupos pró e contra, divisões e cada vez mais subdivisões que culminavam em milhares de pequenos conflitos, dentro da sociedade, e dentro de mim mesmo. Por que o autoritarismo predomina, se todos nós queremos apenas um pouco de liberdade?
... Enquanto contemplava meu rosto no espelho, percebi que não podia mesmo ser uma questão física. Tudo bem, não tenho belos e grandes olhos azuis como você, porém o tão chamativo brilho dos teus olhos nunca chegou nem sequer perto de ofuscar a clareza dos meus pensamentos e a ambição dos meus sonhos. Enquanto vocês faziam calúnias e criavam cada vez mais exércitos para me derrubar, enquanto tua multidão de seguidores acéfalos e alienados só fazia aumentar, eu, sozinho construí um guerreiro forte, indomável e disposto a lutar até o fim pelo que sempre idealizei. Foi então que cada vez mais “monstros” como eu começaram a sair do armário, e embora teu exército fosse mais numeroso, minha trupe era criativa, capaz de criar, imaginar, e se defender nas mais diversas ocasiões. Teus truques não adiantavam mais, e as batalhas por ti perdidas eram cada vez mais significativas levantando minha moral a níveis tão extremos que teu ego, maior que teu cérebro por sinal, nunca foi capaz de derrubar. Foi aí que eu descobri que eu não era realmente um monstro, eu apenas fazia parte de uma parte da humanidade que sempre procurou evoluir para o bem, e que esta pequena “sub-espécie” da qual eu participava era capaz de feitos que para sempre serão narrados nas mais diversas histórias. E quando teus filhos, netos, bisnetos e todas as outras gerações forem estudar, é de mim que eles lembrarão como vencedor, não de ti, um paspalho medíocre que tentou levar a extinção da raça, da massa, da humanidade por completo.
Como diria Renato Russo... “[...]a humanidade é desumana.. mas ainda temos uma chance[...]”
Autoria: Neto Tombini

UMA CANÇÃO PRA VOCÊ!

Não espere nada de ninguém
E se sentir vontade
Guarde tua dor
Esconda tua tristeza
Implore por sua cura
Mas
Não espere nada de ninguém
Não procure
Encontrarás a indiferença
Ninguém chorará abraçado contigo
E se tiveres sorte
Talvez tenhas um ouvinte.
Perdoa
Mas é difícil, eu sei.
Guarde tua dor e teu valor!
Tua tristeza é tão profunda,
Sobreviva!
Fugir não é tua cura!
E quem sabe um dia você fique bem.
Quem sabe um dia você conte a alguém,
Quem sabe um dia alguém pensará em você
Quem sabe um dia eu escreva pra você
Quem sabe um dia escreverei até uma canção pra você
Mas não espere...
Nada de ninguém!

Autoria: Aiuara

domingo, 12 de julho de 2009

BRILHO FOSCO!

Pelo brilho das estrelas
Ainda tenho esperanças
De um dia voltar a brilhar
Não um brilho pessoal
Mas um brilho nos olhos
Brilho há muito perdido
Para voltar a ver cores
Reencontrar a beleza das coisas
Reaver a vontade de viver
Um brilho de estrelas na alma fosca
Deveras cheia de cicatrizes
E escura
Tão escura quanto estes olhos
Mergulhados em oceano ocre
Impelidos a abrir-se
Dia após dia
Na escuridão putrefata da vida em morte
Olhos moribundos
Quero olhar a vida com outros olhos
E poder dizer
Que agora vejo estrelas.

Autoria: Aiuara

APENAS MAIS UM PEDIDO

Seria demais pedir trégua?
Trégua para o amor sofrido,
Trégua para a saudade,
Trégua para a mentira,
Trégua para o desrespeito,
Trégua para a maldade,
Trégua para a inveja,
Trégua para o sofrimento humano,
Trégua para as injustiças,
Trégua para a dor da alma,
Trégua para a dor do corpo,
Trégua para as traições,
Trégua para a separação entre os que se amam,
Trégua para a incompreensão,
Trégua para a falta de paciência,
Trégua para a ignorância.
Ao menos um momento de trégua,
Um momento de paz,
Um momento de paz em vida,
Pois não quero tréguas e paz apenas na morte.
A morte por vezes tão desejada
Para os desesperados pela paz!
Desespero diante da impotência
De ao menos ter um momento,
Ao menos um momento,
Um único momento sem sofrimento,
Um momento de paz!

Autoria própria, ou seja, eu, euzinha, Aiuara.

O QUE TE OFERTEI!

O que te ofertei
Não foi o corpo gasto
Que teu desejo via
Belo, perfeito, repasto...

Não foi o beijo amante
Que tua gula buscava
Na ânsia curiosa
De um vivaz infante...

Não foi o intenso abraço
De total entrega,
Abissal, eterna, infinito espaço...

Foi a alma antiga,
Nascida há milênios,
Que migrou contigo
E jamais voltou.
Autoria: Marylia Meirelles

EM SEU BENEFÍCIO

Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele das oportunidades que iluminaram seu caminho.

Evite aborrecimentos com as pessoas fanatizadas; permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer prisioneiro.

Não se perturbe com o malcriado; o irmão intratável tem, na maioria das vezes, o fígado estragado e os nervos doentes.

Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o necessário, quando você detém excessos.

Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é desorientado ou inexperiente.

Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão, e, se você tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar.

Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará à lição.

Auxilie o doente; agradeça ao Divino Poder o equilíbrio que você está conservando.

Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio.

Perdoe o mau; a vida se encarregará dele.

ANDRÉ LUIZ
Psicografado por Francisco Cândido Xavier em 1948.


*Minha observação: vale refletirmos se somos o sujeito ou o objeto de, e em cada uma destas verdades Divinas ditas pelo espírito iluminado de André Luiz e escritas pelo também iluminado Chico Xavier. Fique com Deus sempre!! Amém!