Chegará o dia em que o homem não mais será julgado pelo que fez nesta vida à sua própria matéria. Neste dia muitos de nós encontraremos a paz buscada, almejada, desesperadamente desejada ao iniciar do ato que em si se encerra!
Não desejamos vossa compreensão, nem vosso perdão!
Desejamos apenas o silêncio de vossas bocas que se fez presente em incontáveis momentos anteriores... Pois então, que permaneça e cerre nossa língua no palato que à sustenta.
Eu mesma desejo de vós apenas aquilo que eu tinha. Nada a mais, nada a menos!
Apenas o frio absoluto, hipotérmico, da vossa indiferença;
a mudez aterradora da vossa boca,
e, contraditoriamente,
as falas... Ah! as falas!!
Todas elas, por favor relembrem?!
E as gritem, e as pronunciem, e as balbuciem, e as resmunguem, por mil, milhares, infinitas vezes, tanto quanto duas vezes as vezes que me fizeram ouvi-las.
E que seja o lembrar-me, tão breve quanto o esquecer-me;
tão prazeroso quanto o substituir-me;
tão fácil quanto o ignorar-me;
tão indolor quanto o ver-me em lágrimas...
À vós meu cansaço diante da dor incessante!
À vós cada gota de lágrima produzida, escorrida ou não!
À vós cada "nó",
todos os "apertos",
toda desilusão com a vida,
todos os sonhos destruídos
todas as feridas abertas...
Me deixem ir no silêncio que vos peço.
Vossas lágrimas não são bem-vindas aqui!
Por mim mesma.